Durante um show de Dorival Caymmijogos do tigrinho que ganha dinheiro, o produtor musical José Alberto de Morais, o Tuca, teve a ideia de criar um prêmio que valorizasse os artistas da música baiana. O mercado local da década de 1980, de eterno recomeço e falta de reconhecimento por parte da imprensa, o incomodava.
Jogos Online Gratuitos — Uma Seleção Especial de Jogos Online dos Melhores Desenvolvedores do Mundo.Após o espetáculo, foi ao hotel procurar Caymmi e explicar a proposta. O músico baiano de pronto aceitou e disse ser uma honra dar nome ao prêmio. E assinou uma carta de próprio punho elogiando a iniciativa.
O Troféu Caymmi teve sua primeira edição em 1985. Entre os premiados, estavam Gerônimo e Margareth Menezes. A atual ministra da Cultura recebeu o troféu revelação. Só depois gravou a música "Faraó" e estourou.
ZA9BET | Saque Super Rápido via PIXDurante décadas, o prêmio projetou artistas bem antes da fama. Nomes como Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Carlinhos Brown. A última edição, em 2017, teve Luedji Luna como revelação.
As categorias premiavam também quem ficava por trás dos palcos. Começaram com sete e chegaram a 18. Tuca encabeçou a gestão por mais de 20 anos em uma época ainda sem leis de incentivo à cultura.
"Era um visionário, obsessivamente visionário, aquele cara que prospectou o utópico. O prêmio era um pensamento de transformar mesmo a cidade em um polo de cultura. Muitos produtores, diretores artísticos, estúdios e cenógrafos surgiram", afirma a cantora Marilda Santanna, 68, que foi companheira de Tuca e gestora do troféu.
José Alberto de Morais nasceu em Lagarto (SE), em 1952. Um dos quatro filhos de José Aragão e Milena, dizia ter herdado do pai a criatividade.
Mudou com a família para Salvador aos sete anos e foi criado no bairro Pero Vaz, que fica na região da Liberdade. A convivência na área mais negra da cidade, onde fica o Curuzu, bairro do Ilê Aiyê, fez o menino branco ter contato com a potência cultural afro-brasileira logo cedo.
Começou na música com amigos. Estudar na Escola Parque, onde unia-se cultura e educação, também foi motivador. Passava mais tempo tocando violão no pátio do que em aulas.
Foi compositor e poeta. Fez parte do Pulsa, grupo de rock que agitou a cena soteropolitana na década de 1980. E, durante muitos anos, acompanhou Marilda com seu violão em shows nas noites da cidade.
Tuca adorava crianças e foi um pai muito atencioso. Sua personalidade forte fazia jus às cinco casas em leão do seu mapa astral. Detestava fofoca e falar mal das pessoas.
Entre seus hábitos diários, estava a prática de ioga. Também gostava de dançar, ouvir música e caminhar. Vez ou outra, descia para a orla, de onde adorava ver o pôr do sol.
Nos últimos anos, estava morando em Itabuna (BA) com a esposa, Ioná.
Morreu aos 72 anos, no dia 21 de novembro, após uma semana entubado por causa de uma pneumonia.
Deixa a esposa, Ioná, os filhos Cristiano, Nina e Luana e a neta Maria Lisjogos do tigrinho que ganha dinheiro, que não chegou a conhecer.